Nascido em cinco de maio de 1865 em Mimoso no Mato Grosso, Cândido Mariano da Silva é o Patrono das Comunicações no Brasil. Não chegou a conhecer o pai e perdeu a mãe aos dois anos de idade. As primeiras lições foram dadas a ele pelo avô e depois foi morar com seu tio, Manuel Rodrigues da Silva Rondon em Cuiabá, onde adotou o sobrenome do tio Rondon.
Cândido licenciou-se como professor primário pelo Liceu Cuiabano de Cuiabá antes de rumar ao Rio de Janeiro para prosseguir com seus estudos. Em 1881 entrou para o Exército e após dois anos foi para a Escola Militar da Praia Vermelha. Em 1886, foi encaminhado à Escola Superior da Guerra, assumindo papel ativo no movimento pela Proclamação da República. Quatro anos depois graduou-se bacharel em Matemática e em Ciências Físicas e Naturais tendo Benjamim Constant como professor e a ideologia positivista o guiou por toda a sua vida. Em fevereiro de 1892 casou-se com Francisca Xavier com quem teve seis filhos.
Positivista, Rondon acreditava que a educação simbolizava o progresso e era a única salvação para os índios, integrando-os assim a sociedade branca. Por essa razão em exposições de fotos de índios no Rio de Janeiro, eles aparecem com roupas de guardas das estações de telegrafo.
Em 1900, quando, formado pela Academia Militar do Rio, voltou a Mato Grosso para ajudar na construção da linha telegráfica que ligaria Cuiabá ao Araguaia. Nessa empreitada ajudou, como indigenista, na pacificação dos bororos. Rondon foi responsável pela criação de linhas telegráficas importantes integrando regiões do cento-oeste e norte ao sudeste do Brasil. Em 1907, foi incumbido de estender a linha telegráfica até o Acre, cruzando três mil quilômetros selvas e sertões desconhecidos. Durante essa jornada épica, Rondon cunhou a frase que se tornou símbolo de sua relação com os índios: “Morrer se for preciso, matar nunca”. Em 1910 fundou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), primeiro órgão governamental a tratar da questão indígena.
Também em 1907, como major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica e que foi denominada “Comissão Rondon”. Seus trabalhos foram desenvolvidos até 1915. Nesta época estava sendo construída a ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.
A Comissão Rondon, com suas expedições, escreveu importante página na história brasileira. Os soldados, capitaneados por Cândido Rondon percorreram incríveis trinta e cinco mil quilômetros e construíram mais de 2270 quilômetros de linhas telegráficas e vinte e oito Estações Telegráficas. Além disso realizaram levantamento de cinqüenta mil quilômetros lineares de terras e rios, determinaram mais de duzentas coordenadas geográficas, inscreveram na cartografia brasileira doze rios até então desconhecidos e corrigiram informações sobre o curso de outros tantos. Também criou o Parque Nacional do Xingu. Por feitos dessa magnitude, recebeu medalhas, honrarias e diplomas de todas as sociedades geográficas mais importantes do mundo.
Aliado a toda essa expressiva e importante obra em prol do Brasil, em outubro de 1913, Rondon foi chamado ao Rio de Janeiro e recebeu o encargo de acompanhar o ex presidente americano Teodoro Roosevelt em uma viagem de estudos pelo interior do Brasil. Essa expedição durou mais de seis meses e, mais tarde, ficou conhecida como Comissão Científica Roosevelt-Rondon.
Durante sua vida Cândido Rondon recebeu inúmeras honrarias reconhecendo seu relevante trabalho. Em 1914 recebeu o Prêmio Livingstone, concedido pela Sociedade de Geografia de Nova Iorque. Em 1918, Rondon também fora homenageado por Otávio Pitaluga quando denominou de Rondonópolis a então Povoação do Rio Vermelho em Mato Grosso. Já no ano de 1955, quando completou 90 anos de vida, recebeu do Congresso Nacional o título de Marechal do Exército Brasileiro. Em 1956, novamente homenageado quando o antigo Território de Guaporé foi batizado de Território de Rondônia e, em 1981, foi elevado a unidade da Federação. E em 1957, talvez seu maior reconhecimento; foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz pelo Explorer`s Club de Nova Iorque.
Cândido Mariano da Silva Rondon faleceu no Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1958. Mas as homenagens seguiram, tanto que em 1960, o Estado do Paraná cria o município de Marechal Cândido Rondon, pela lei estadual 4245/60. Já em 2008, quando das comemorações do cinquentenário de morte do Rondon, este fora homenageado pelo Senado Federal que inscreveu seu nome no Livro dos Heróis da Pátria, de acordo com o Projeto de lei n° 1834/07 do Senado Federal (PLS 218/07), de autoria do senador Expedito Júnior, que foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação e Cultura do Senado e da Câmara dos Deputados.
Marechal Rondon deixa seu legado a partir do seu lema: “Só penetrar no sertão com a paz e jamais com a guerra”. Com esse espírito humanista, integrou e harmonizou culturas e civilizações e ajudou enormemente na construção de nossa brasilidade. Quando decidiu substituir o ódio pela ternura, a suspeita pela confiança e as carabinas por miçangas, Rondon se tornou o maior dos humanistas brasileiros e o mais respeitado defensor dos índios em todo o continente.
Fontes: www.portalsaofrancisco.com.br
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